Por que escrever, por que manifesto?! Oras... para que picanha se há fraldinha? Poesia se há T.V.?! Stella Artois se há Brahma? Ménage a trois se há casal? (...)
Porque não há nada como adicionar um pouco de tempero (alguns chamam de magia) no tédio do cotidiano; um pouco de cor nessa mesmice em preto e branco que a vida insiste em pintar. Tudo parece menos idiota e vazio, e, se assim nos parece, então de fato tudo se torna menos vazio, pois toda nossa concepção de mundo é fruto da mente. Tudo que é somente o é porque assim sua mente concebeu; o resto, o “real”, é um grande nada...
E quando digo que tudo é um grande nada, essas não são palavras amarguradas vociferadas por alguém revoltado, um nerd sociopata, alguém que nunca foi capaz de sentir a excitação de estar e se sentir realmente vivo. Muito pelo contrário, nas limitações de minhas ridículas duas dezenas de anos de vida já experimentei tantas vezes a sensação de ser tomado por uma energia inexplicável, um choque de vida arrepiando o menor de meus pêlos, de me sentir parte do infinito cósmico que move o universo; parte do grande mistério que a existência esconde em suas entranhas até o fim dos tempos... já me senti imortal e - talvez numa sensação ainda melhor – já provei a delícia que é se sentir demasiadamente frágil e insignificante perante as complexidades essenciais e a imensidão de tudo que há. E, embora toda essa trama de elementos que me tornam peculiarmente eu mesmo, peculiar e dramaticamente tão feliz ou triste quanto qualquer um; sei que tudo que é, foi ou possa um dia vir a ser - tudo - é um grande nada...
Não o nada etílico-suicida de Byron, de Álvares de Azevedo; não falo com pesar nem tristeza. Tão feliz como o cristão com seu deus e sua vida após a morte ou como o budista com seu dharma e espiritualismo, sou eu e meu agnosticismo, meu tudo que é um grande nada... e se minhas palavras não convencem (e não deveriam, nem tentam...), basta olhar para o céu numa noite estrelada e cada um dos pontinhos brilhantes a milhares de anos-luz de distância dirá exatamente a mesma coisa.
Ou seja... quero um pouco de molho na carne seca!
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Manifesto - Parte I – Introdução
Manifesto... bom, manifesto do quê? Manifesto o quê?! Ainda não sei responder adequadamente... poderia ser o Manifesto do Eu, Manifesto Cultural Espiritual, Manifesto do Grande Nada... nenhum me parece suficientemente adequado. Sei somente que pretendo aqui escrever. Nada que não poderia ficar privado somente para o meu próprio prazer e relegado à minha lotada pasta de escritos, mas, quem sabe, não há algo que valha a pena ser compartilhado, um breve momento de estupor literário, talvez. Além do mais, é tão complicado conversar com alguém de forma decente (falar mais do que meras banalidades) hoje em dia – se bem que acho que sempre foi assim... – então pode representar um diálogo, ainda que um monólogo, de maior valor que aquelas palavras fúteis vomitadas apressadamente no meio de um furtivo encontro na rua.
Francamente, meus dotes literários, poéticos e afins são limitadíssimos (será fácil de perceber isso, para quem ainda não os conhece...), minha escrita é rude, meus pensamentos eu não consigo traduzir da maneira devida muito menos com a intensidade e coerência merecidas, falta aquela sutileza dos escritores natos. Mas... não tenho tão grandes pretensões assim mesmo...
Enfim, só espero compartilhar alguns textos e idéias, alguns devaneios... Ou ainda, para não dizer que estou totalmente despretensioso, espero então incitar qualquer um que seja a compartilhar seus dotes com mais outros interessados num sarau a la On the Road, regado a vinho, textos e poemas (beat ou não) e coisas do tipo... E então, vai um soirée aí?!
Francamente, meus dotes literários, poéticos e afins são limitadíssimos (será fácil de perceber isso, para quem ainda não os conhece...), minha escrita é rude, meus pensamentos eu não consigo traduzir da maneira devida muito menos com a intensidade e coerência merecidas, falta aquela sutileza dos escritores natos. Mas... não tenho tão grandes pretensões assim mesmo...
Enfim, só espero compartilhar alguns textos e idéias, alguns devaneios... Ou ainda, para não dizer que estou totalmente despretensioso, espero então incitar qualquer um que seja a compartilhar seus dotes com mais outros interessados num sarau a la On the Road, regado a vinho, textos e poemas (beat ou não) e coisas do tipo... E então, vai um soirée aí?!
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