sábado, 29 de março de 2008

Crônicas do 260308 (dia da paciência)

I

Enquanto crescia e me tornava homem, disseram-me que fazia inverno,
um dia, displicente, saí de casa nú e me deliciei com o calor do verão.
Hoje, me saltam aos olhos tantas pessoas esmorecendo no conforto da lã
e não consigo entender como fazem para ignorar o sol que lhes beija as faces.

II

Ouvi, por alguém, lendas de um passado remoto onde apaixonados se amavam.
Desorientado, perguntei: "mas como... assim como o sedento bebe e o esfomeado come?!"
"Simples assim", respondeu-me o velho - tempos estranhos aqueles...

III

Contou-me, um amigo, que na noite anterior fora apresentado à uma linda senhora, "Sra. Vida" disse-me ele. "Troquei um aperto de mãos caloroso, por horas conversamos banalidades... Tornamo-nos grandes amigos. Vou lhe apresentá-la!". Antes que ele pudesse cumprir o combinado e apenas algum tempo depois daquele encontro, estava eu a vagar por aí, absorto em pensamentos, e reconheci a tal senhora ao acaso na rua. Apressei-me em me apresentar. Mal terminara de dizer meu nome, puxei a coroa pelo braço, a levei para minha casa e trepamos a noite inteira... odeio formalidades!

3 comentários:

Hugo Vaz disse...

I - A alegoria do conhecimento e do mito. Eu mesmo sempre achei os mitos bastantes gélidos comparados ao calor que o conhecimento proporciona heheh.

II - E o velho, era um velho recente o suficiente para nao ter amado? E você, é tao vanguardista assim que (ainda) nao amou?

III - Fantástico! Fantástico! Fantástico!

Hugo Vaz disse...

Mamonas, agora tem um outro blog rolando ai. É comunitario, meu, do Soberano e do Che. Dá uma sacada lá: memoriasdocaos.blogspot.com

Enjoy!

paula repezza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.